Blog conduzido por Carlos Catucá. O objetivo desse projeto é a desmistificação cultural, histórica e social da religião de Umbanda e dos segmentos relacionados a essência afro-indígena-brasileira. O nome do blog refere-se a Casa de Umbanda Lar de Sá Maria - Comunhão da Luz.
Quem sou eu
- Carlos Catucá
- Dirigente Espiritual de Umbanda, iniciou na Umbanda no ano de 1997, filho carnal de dirigentes umbandistas. Fundador da Casa de Umbanda Lar de Sá Maria - Comunhão da Luz, inaugurado no dia 20 de janeiro de 2009, também dirigido por Madrinha Camila Pavão.
sábado, 25 de junho de 2022
O que é o sincretismo religioso no Brasil? Por Carlos Catucá.
terça-feira, 21 de junho de 2022
Suas folhas caíram serenas, Jurema; dentro desse congá - Por Carlos Catucá
Suas folhas caíram serenas, JuremaDentro desse congá
(Por Carlos Catucá.)
domingo, 12 de junho de 2022
POR QUE POMBA GIRA? (Por Carlos Catucá)
Por Carlos Catucá.
quinta-feira, 9 de junho de 2022
Se deu as mãos, é Macumba!
Há um costume dos bantos muito comum, ao qual sempre foi praticado em diversas manifestações litúrgicas de seus segmentos espirituais; os bantos tinham o costume de formar um círculo e dar as mãos, em alguns rituais esse círculo era formado ao redor de uma árvore com oferendas aos pés da árvore, oferendas essas que eram ofertadas para as divindades com propósito de saúde em todos os aspectos, nunca para fazer mal a alguém.
O ato de "unir as mãos" se chamava "Makumba", era uma junção das palavras do vocábulo Kimbundu 'MAKU' e 'NBA', uma significa "MÃOS" e a outra "UNIÃO". A grosso modo, a palavra "Makumba" significa: "MÃOS UNIDAS".
No Brasil, por essa palavra sempre estar coligada ao ato de cantar, dar as mãos, unir-se ao redor de uma árvore com oferendas aos pés dela, a palavra "Macumba" se tornou algo dirigido as oferendas, logo a sociedade preconceituosa se apoderou da palavra de maneira pejorativa, usando-a com objetivo de ofender os religiosos de matriz africana, os chamando de "macumbeiros".
Percebe-se que o preconceito de fato é ignorante, porque todo ato de dar as mãos, ou melhor, unir as mãos é uma "Macumba", seja numa igreja, numa praça pública ou num terreiro de matriz africana, entretanto, o preconceito usa de uma palavra positiva para ofender os religiosos afro-brasileiros.
Uma curiosidade, a palavra "Macumba" também foi relacionada a um instrumento feito da madeira de uma árvore africana, o que dá indícios que seja a árvore tradicional onde esse manifesto deu-se início.
A palavra Kimbanda!
A PALAVRA KIMBANDA!
Por Carlos Catucá.
No Brasil há uma assimilação errônea a respeito da palavra Kimbanda, onde assimilaram essa palavra a algo negativo, obscuro, referente a magias densas, uma pratica ruim, que propaga o mal. Isso é um reflexo do racismo, entretanto, também uma distorção de praticantes do culto que se denominou por "Kimbanda" aqui no Brasil, uma apropriação cultural da palavra e dos costumes bantos.
Se você leu a respeito da palavra "Umbanda", compreenderá melhor o significado e a história da palavra "Kimbanda". No sul e sudeste da África, os Bakongo em algum momento da história migram para região de Angola e se unificam ao povo Nbundu ou no português, os Umbundos, levando também a palavra 'Nbanda' ao se referirem aos curandeiros nativos de Angola. Esses curandeiros eram como os pajés indígenas, cuidavam e zelavam da saúde de suas aldeias, eram os médicos de suas aldeias; eles consultavam as pessoas, davam diagnósticos, passavam medicações naturais, faziam cirurgias espirituais através de passes e energias (tudo isso há 9.000 anos a.C), enfim, os mesmos receberam um título de uma palavra que surgiu da palavra "Umbanda", foram denominados como "Kimbanda", ou seja, 'CURANDEIRO'. A palavra 'Kimbanda' nada tem a ver com algo negativo, pelo contrário, perante a tradução bruta, significa 'Curandeiro', o Kimbanda era o curandeiro da aldeia, o médico, aquele que ajudava vidas.
No Brasil, com a miscigenação cultural em época escravista, os segmentos espirituais africanos foram se entrelaçando com outros segmentos, com isso surge um culto de manifestação a espíritos que até hoje tem o costume de praticar a desobsessão, ou seja, afastar cargas espirituais muito pesadas das pessoas; nesse período, esse grupo de espíritos foi chamado popularmente de "Kimbanda", porque eram espíritos curandeiros, eles curavam as pessoas através das desobssessões. Com o passar do tempo e com a miscigenação sincrética da língua Yorubá no Brasil, esses espíritos foram chamados de Exus, que são os guardiões que se manifestam na Umbanda. O segmento de Kimbanda ou Quimbanda no Brasil, parte desse princípio, onde é um segmento voltado aos Guardiões e Guardiãs, conhecidos popularmente como "Exus e Pomba Giras". É bom ressaltar, que a origem desse segmento nada tem a ver com práticas trevosas e de mal ao próximo, em sua origem sempre foi um segmento voltado a cura, através das desobssessões espirituais.
Curiosidade: Algumas pessoas dizem que existe diferença de uma prática da Kimbanda com "K" e da Quimbanda com "Q", isso se trata de uma falta de informação necessária e má condução de tal teoria, a palavra "Kimbanda" advém do vocábulo Kimbundu, na língua Kimbundu uma das letras não existentes é a letra "Q". Portanto, no Brasil houve a implantação da letra "Q" por uma questão do dicionário português.
O significado da palavra "Umbanda"!
quarta-feira, 8 de junho de 2022
Umbanda, quem é você?
Em outros textos, você poderá viajar profundamente sobre todos os detalhes dessa história que ocorreu de África ao Brasil, mas, especificamente nesse, vou simplificar o conceito da religião de Umbanda.
A religião de Umbanda está estruturada na doutrina de espíritos mentores, que vibram próximos a essência terrena, sendo eles, guias espirituais que ajudam o ser humano no progresso evolutivo moral e espiritual, praticando a caridade ao próximo, com o dever do compartilhamento e da edificação, estimulando cada praticante a reforma íntima. Os espíritos mentores se manifestam através da ferramenta que conhecemos como mediunidade, a mais comum na Umbanda é a mediunidade de incorporação, onde os espíritos utilizam do praticante como "veículo" para se comunicarem com as pessoas através de consultas.
A Umbanda também carrega contigo uma essência sincrética gigantesca, o que significa uma miscigenação linguística dentro de suas rotinas, a qual se mistura com palavras e corruptelas das línguas Yorubá, Kimbundu e dialetos de aldeias indígenas do Brasil, não sendo a Umbanda uma religião que utiliza do fundamento dessas línguas, mas, da presença dos cultos de pequenas palavras e até mesmo corruptelas dessas palavras que foram modificadas pela má interpretação oral. Essa miscigenação sincrética linguística, também se envolve nas denominações de muitos espíritos cultuados pelos umbandistas, assimilados em sua maioria com divindades do panteão africano Nagô/Yorubá, os "Orixás".
As culturas africanas, indígenas, católicas e espíritas são muito presentes nos rituais e cultos umbandistas, isso porque historicamente a Umbanda foi alicerçada pelos africanos que foram escravizados, pelos indígenas, pelo catolicismo popular e pela teoria espírita que serviu de suporte para muitos adeptos da religião.
Umbanda é uma religião de paz, amor e caridade, independentemente do agrupamento de espíritos, que se chamam de "linhas" e da individualidade deles, a mensagem da religião está sempre relacionada a prática do bem ao próximo, seu ideal é a evolução coletiva através da reforma íntima, do compartilhamento de saberes, do eterno aprendizado. Uma religião que abre portas para todos os mentores espirituais, independentemente de onde vibram!